Em entrevistas concedidas ao Jornal da Record, da TV Record, e ao Jornal Nacional, da TV Globo, nessa quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil não vai aceitar pressões externas e que vai responder com firmeza às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos. A partir de 1º de agosto, o governo norte-americano deve aplicar uma taxa de importação de 50% sobre produtos brasileiros. A decisão foi comunicada por carta enviada a Lula na quarta-feira, dia 9, pelo presidente Donald Trump.
Lula afirmou que pretende esgotar todas as possibilidades de negociação antes de adotar medidas de reciprocidade. O governo estuda criar uma comissão de empresários e representantes do governo federal para repensar a política comercial com os Estados Unidos.
O presidente também informou que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio. A ideia é buscar apoio de países que tenham sido afetados por medidas semelhantes. Se não houver acordo, o Brasil poderá aplicar a Lei da Reciprocidade, com tarifas equivalentes sobre produtos norte-americanos.
Lula disse que vai ouvir os principais setores exportadores, como os de suco de laranja, aço e a Embraer. O objetivo é avaliar o impacto da medida e articular novos mercados. Segundo ele, o comércio com os Estados Unidos representa 1,7% do PIB brasileiro, e o país pode diversificar os parceiros.
O presidente criticou o que chamou de desconhecimento do governo norte-americano sobre a balança comercial. Lula disse que, nos últimos 15 anos, o Brasil teve um déficit de 410 bilhões de dólares com os Estados Unidos. Ele também negou que as tarifas sejam uma retaliação à atuação do Brasil no BRICS ou na criação de uma moeda para negociações entre países.
Por fim, Lula reforçou que a soberania brasileira deve ser respeitada e que nenhum país pode interferir nas decisões do Congresso, do Judiciário ou nas leis nacionais.
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